sábado, 7 de novembro de 2015

21 A morte de uma poetisa



I996 Havia uma poetisa que escreveu um poema contra o Islã. Maomé disse: “Quem se livrará por mim da filha de Marwan?” Um de seus seguidores o escutou e nessa mesma noite foi na casa da mulher para matá-la.
M239 O assassino, um homem cego, foi capaz de cumprir sua missão no escuro, enquanto a mulher dormia. Seu bebê descansava sobre seu peito e o resto de seus filhos dormia na habitação. O sigiloso assassino retirou o filho e cravou a espada na mulher com tal força que furou a cama.
I996 Na manhã seguinte foi se encontrar com Maomé e contou para ele. Maomé disse: “Ajudaste a Alá e a seu apóstolo”. Quando lhe perguntaram pelas consequências, Maomé disse: “Nem dois bodes baterão os chifres por ela” (obs.: os bodes batem os chifres pelas coisas mais fúteis. N.T.).
M239 Maomé se dirigiu às pessoas na mesquita e disse: “Se querem ver um homem que ajudou a Alá e a seu profeta, olhem aqui”. Omar exclamou:“Omeir o cego?” Maomé respondeu: “Não”, disse Maomé, “Chamem-no Omeir, aquele que vê”.
I996 A mãe tinha cinco filhos e o assassino foi vê-los e disse: “Matei Bint Marwan (a filha de Marwan). Filhos seus, suportem minha presença se podem, não me façam esperar”. Nesse dia o Islã ficou poderoso e muitos viraram muçulmanos quando viram esse poder.

Comentários do autor:
A filha de Marwan estava zangada porque alguns dos chefes de sua tribo haviam sido assassinados. Os assassinatos foram cometidos por muçulmanos com a aprovação de Maomé. Sua tribo não estava preparada para lutar contra ele a fim de se vingar, então ela fez um poema criticando. No deserto, onde não havia material para escrever,

um poema era como um artigo num jornal, que se recitaria e passaria de boca em boca, de modo que Maomé não tardou em escutá-lo.
Maomé sabia que essa mulher não representava nenhuma ameaça. Sua tribo já havia deixado muito claro que não iria atacar os muçulmanos, mas isso não era suficiente para ele. Como qualquer outro agressor e tirano, Maomé sabia que a chave para ter o controle absoluto de um grupo é acabar com a liberdade de expressão.
Quando a gente tem medo de criticar o opressor, toda a dinâmica de grupo muda. O silêncio se converte em um tipo de aprovação tácita e ninguém sabe quem o apoia e quem se opõe. Criar um desafio nesta situação fica quase impossível porque as pessoas tendem a ficar isoladas dos que pensam do mesmo modo e os que se expressam publicamente são fáceis de eliminar. A medida que o processo se intensifica, o medo aumenta igual ao poder da tirania sobre a sociedade. Este processo costuma ser chamado “consolidação do poder”.
Uma sociedade que protege a liberdade de expressão é justamente a oposição radical a esta situação porque:

A tirania e a liberdade de expressão não podem coexistir em uma sociedade.

Para defender esta liberdade, não basta proteger a maioria dos discursos, a proteção deve se estender a todos. Uma vez que as classes dirigentes dispõem do direito de silenciar aquelas opiniões que parecem pouco agradáveis, acabam de forma invariável por restringir a oposição. Quando isso ocorre, perde-se a liberdade para sempre.
Existem, claro, algumas exceções bem entendidas neste principio. Gritar que há um incêndio em um teatro cheio de gente, incitar aos demais a violência ou danar a reputação de alguém com mentiras são exemplos de modos de expressão que não estão protegidos. Insultar, ridicularizar, molestar ou humilhar as pessoas (ou suas ideias) sim, está protegido em uma sociedade livre.
Compreenda que a liberdade de expressão não é o direito de dizer para as pessoas o que desejam ouvir. Esta liberdade é o direito de dizer o que não querem ouvir. Ninguém no Iraque durante a época de Sadam Hussein acabou na prisão por dizer o quanto Sadam era genial. O que os iraquianos não gozavam era a liberdade de expressão para dizer o contrário. Essa é a questão, não se trata da capacidade de dizer “a maioria” das coisas, é poder dizer absolutamente tudo (afora as exceções mencionadas) sem medo de represálias.
O problema da liberdade de expressão é que as pessoas costumam dizer coisas que não agradam. Alguns dizem que o Holocausto nunca aconteceu ou que se deveria legalizar a escravidão. Por azar, se queremos ter liberdade de expressão, temos que aceitar que isso é a consequência dela.
Voltaire se deu conta deste detalhe e disse: “Posso não concordar com nenhuma de suas palavras, mas defenderei até a morte o direito que tem de dizê-las”. Independentemente da vontade que tenhamos de prender as pessoas que negam a existência do Holocausto ou que defendem pedófilos, não podemos fazer isso sem acabar com a liberdade de expressão.
O que devemos ver é que se não nos agrada uma ideia, temos o direito de rebatê-la. Se dita ideia é realmente má, debater contra ela será uma tarefa fácil.
A noção de que o Islã é uma religião pacífica e honrada parece difícil de defender com argumentos racionais. Maomé, como os tiranos em toda parte, compreendeu que o único modo de ganhar este debate era através da violência, as ameaças e a intimidação. Por isso, esta é a tática final da jihad:

Regras da jihad:
Nunca permita críticas a Maomé, Alá ou ao Islã. Acabar com a liberdade de expressão.

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