sábado, 7 de novembro de 2015

17 Khaybar, os primeiros dhimmis



Dois meses depois do tratado de al-Hudaybiyah, Maomé atravessou com seu exército os 161 quilômetros que os separavam de Khaybar, para atacar uma comunidade de judeus que residia ali. Maomé nunca havia tido problemas com os Khaybar. A incursão estava motivada unicamente pela cobiça. Os judeus de Khaybar eram granjeiros ricos que viviam em uma série de fortalezas distribuídas entre os campos de cultivo.

Extrato da Sira:
I757 Quando Maomé invadia povos, esperava a manhã. Se escutava a chamada para a oração, sabia que eram muçulmanos e não atacava, mas atacava quando não ouvia a chamada para oração. Quando cavalgou com seu exército, os trabalhadores voltavam de seus campos e fugiram ao ver Maomé e seus soldados. Maomé lhes disse: “Alá Akbar! Khaybar está acabada. Quando chegarmos a praça do povo será uma manhã infeliz para aqueles que foram advertidos”.

Maomé já era um dos homens mais poderosos da Arábia graças a jihad. Diferente do que passava nos primeiros dias, agora podia fazer qualquer coisa que quisesse. Se dispôs a destruir aos que se opunham a ele, sem mostrar a menor misericórdia a aqueles que resistiam.

I758 Maomé sitiou as fortalezas, uma depois da outra. Entre os prisioneiros havia uma judia muito formosa chamada Safiyah, que ele pegou para satisfazer seu desejo. Um dos homens havia eleito antes para que fosse sua escrava, mas Maomé lhe deu duas das primas de Safiyah para ficar com a jovem. Maomé sempre podia escolher primeiro o que queria do espólio de guerra e das mulheres capturadas.

I759 No caso de Khaybar, Maomé propôs novas ordens sobre manter relações sexuais a força com as prisioneiras. Se a mulher estava grávida não se podia fazer sexo com ela até o nascimento do filho. Tampouco deviam forçar as mulheres que não estavam limpas de acordo com as leis muçulmanas relacionadas com a menstruação.

I764 Maomé sabia que havia um enorme tesouro em alguma parte de Khaybar de modo que mandou chamar o judeu que em sua opinião sabia sobre o assunto, a fim de interrogá-lo. O judeu se chamava Kinana e era marido de Safiyah, que ia ser a nova mulher de Maomé. Kinana negou saber algo a respeito. Todavia, outro judeu disse que havia visto o homem perambulando entre as antigas ruínas. Iniciaram-se as buscas e encontraram uma parte do tesouro, mas não sua totalidade. Maomé disse a um de seus homens: “torture o judeu até que ele diga o que sabe”. O judeu ficou amarrado no chão  e atearam fogo em seu peito para que falasse. O homem estava a ponto de morrer, mas não falava, então Maomé o liberou e o entregou a um de seus soldados, pois seu irmão havia sido morto na luta, e deixou que esse muçulmano tivesse o prazer de cortar a cabeça do judeu torturado. 

Os muçulmanos creem que Maomé era o homem perfeito e o Alcorão diz em repetidas ocasiões que devem imitar seu comportamento. Poucos muçulmanos leram sua biografia e buscam orientações com os imames. É lógico que nas circunstâncias ou nos lugares nos quais o Islã não goza de força, os imames optem por seguir o exemplo de Maomé em Meca, mas a história demonstra que quando o Islã ganha, as coisas mudam.


Extrato da Sira:
I764 Os judeus de Khaybar foram os primeiros dhimmis de Maomé. Uma vez que eles pegaram as maiores posses, Maomé deixou que cultivassem a terra. Seus homens não sabiam nada sobre agricultura e os judeus eram habilidosos. Assim os judeus cultivavam as terras e entregavam a Maomé a metade dos lucros.

Comentários do autor:
Esta era uma nova tática e se convertia em uma parte importante da estratégia geral do Islã. Até esse ponto, os kuffar tinham duas opções: se converterem ao Islã ou serem assassinados. Agora, existia uma terceira possibilidade: o estado dhimmi. Um dhimmi é um não muçulmano que vive em terra governada pelo Islã. Estavam obrigados a pagarem um imposto de renda (jizya) aos muçulmanos, que podia chegar a 50% dos rendimentos. Tinham alguns direitos e se permitia que praticassem a fé em segredo, mas não deviam reparar ou restaurar as igrejas ou sinagogas (o estado de dhimmi só se oferecia aos judeus e cristãos).
Como o Islã estava tão centrado na conquista, sua sociedade carecia de capacidade produtiva. Ao permitir que os cristãos e judeus vivessem em um estado de semi escravidão, o Islã adquiria uma fonte de renda inclusive para os períodos de paz. A instituição do estado de dhimmi se desenvolveu ainda mais durante os últimos califados e é uma parte fundamental do sistema da jihad.

O Corão fala sobre os dhimmis:
9:29 Do adeptos do Livro, combatei os que não creem em Deus nem no último dia e não proibem o que Deus e seu mensageiro proibiram e não seguem a verdadeira religião – até que paguem humilhados o tributo.  

Frequentemente nos contam que os judeus e cristãos viviam em paz e harmonia nas terras dos muçulmanos. Alguém que não conhece as árduas condições que supunha ser um dhimmi, poderia chegar a pensar que este é um sinal de tolerância inerente ao Islã, que na realidade não existe como tal.

Extrato da Sira:
I766 Ao voltar, Maomé fez com que uma das mulheres muçulmanas preparasse Safiyah (a judia que havia eleito para seu prazer) para a noite de bodas com Maomé. Essa noite um de seus homens protegeu sua tenda com sua espada. Na manhã seguinte, Maomé lhe perguntou o que o homem estava fazendo e ele respondeu: “temia por você, por causa da mulher. Você matou seu pai, seu marido e o seu povo, então eu temi por você”. Maomé o abençoou.
 

A frase "Allahu Akbar" tornou-se famosa, especialmente desde os ataques de 11 de setembro. O líder dos sequestradores, Mohammed Atta, passara a noite anterior visitando clubes de striptease. Eles foram filmados gritando "Allahu Akbar" enquanto atravessavam as Torres Gêmeas com aviões, matando os kuffar. Normalmente, isso se traduz como: "Alá é grande"; mas na verdade significa "Alá é o maior" no sentido de que é o maior de todos os deuses.

Esta frase não é um invento moderno da jihad. É o grito de guerra do primeiro jihadista: o profeta Maomé, quando matava kuffar inocentes. Depois dos atentados do 11 de setembro, George Bush e o primeiro ministro do Reino Unido, Tony Blair, (assim como o resto dos líderes até a data) declararam que estes ataques não tinham nada a ver com Islã. Desde então, se eliminaram palavras como Jihad, islamista, muçulmano e Islã junto com qualquer referência a doutrina islâmica dos manuais antiterroristas dos Estados Unidos. Para compreender o motivo pelo qual se produziu este tipo de reação, é importante saber mais sobre os dhimmis.

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